terça-feira, 21 de agosto de 2007

Quem é meu irmão? - Cap. 1

PARTE 1
A REVOLUÇÃO SILENCIOSA

Capítulo 1 – Um Perigo atual e claro

O ponto central da discussão do autor nesse capítulo é de que nunca no Movimento da Restauração uma mudança tão grande ocorreu, com tão pouca oposição. Texto e mais textos, pregações e mais pregações têm enfatizado a necessidade de união e Comunhão com pessoas de outros grupos religiosos, independente se foram biblicamente batizados (imersos) ou não. E mais, nunca a necessidade do Batismo de adultos para a remissão dos pecados foi tão questionada como na época (em 1997).
A lógica é de que a visão de alguém sobre o Batismo vai influenciar diretamente na visão de alguém sobre a Comunhão. Segundo o autor, há uma relação interdependente entre Batismo e Comunhão. Quanto mais exclusiva (no sentido de excluir) é a visão do Batismo, mais exclusiva será a visão de Comunhão; quanto mais inclusiva (incluir) a visão do Batismo, mais inclusiva será a Comunhão. Quer dizer, se uma pessoa abre a doutrina do Batismo para outras formas (aspersão, por exemplo) e outros motivos (pós-Salvação), mais pessoas serão consideradas salvas e, consequentemente mais pessoas farão parte da Comunhão.
Essa Revolução corria silenciosa porque a questão do Batismo não é tão visível como outras questões. Seria mais fácil perceber a mudança, se as Igrejas de Cristo Tradicionais em geral, decidissem mudar a forma do louvor introduzindo instrumentos. Ou se não fizessem a Ceia do Senhor todos os domingos.
Outra questão que dificulta (dificultou) a compreensão diz respeito sobre a essencialidade do Batismo. Até a época, segundo o autor, no Movimento da Restauração a questão de essencialidade referia-se a Salvação (momento do perdão).
Após isso, mais e mais pessoas tratavam da essencialidade do Batismo, porém como questão de obediência para alguém que já foi salvo antes de ser imerso (no processo de discipulado). A extensão dessa última lógica é de que, as pessoas após serem salvas, vão ser batizadas; algumas antes, outras depois. O motivo pelo qual o Batismo é essencial é que difere. E, também esconde o erro doutrinário tanto que se você perguntasse a duas pessoas com pensamentos diferentes sobre os motivos de alguém ser batizado, ambos diriam que é essencial. Essa idéia de processo é em primeiro lugar contraditória, pois, se a pessoa já foi salva antes do Batismo, por quê motivo o Batismo se manteria essencial? E se a pessoa nunca completa o processo? Essa lógica tem uma base muito forte na doutrina inclusiva do Mundo Evangélico de que “basta somente ter fé para ser salvo”. Em geral as pessoas nessa época, dentro das Igrejas de Cristo, estavam em um pêndulo entre a idéia de Batismo para a remissão dos pecados (momento da Salvação) e uma nova perspectiva (Batismo pós-Salvação) que permitiria a união com outros grupos religiosos. Intelectualmente é difícil de abandonar a convicção de que o Batismo no Novo Testamento é essencial para a Salvação e que é o momento do perdão de pecados (há prescrição e exemplos que confirmam isso). Mas emocionalmente é fácil se admitir isso, ainda mais se há um clamor por união com pessoas de outros grupos. Uma guerra entre mente e coração. E isso poderia ter conseqüências desastrosas doutrinariamente.
De onde vem toda essa luta? Principalmente tem uma vertente muito forte de influência social (pode-se dizer do mundo). Como dito, nós vivemos na sociedade mais pragmática, pluralística, multicultural, mais consensual, sem conflitos e com pouca ideologia revolucionária que tem como motivo principal a falta de lares estruturados e, uma sociedade quebrada. Daí o interesse em se unir em grupos a qualquer preço. O problema é que o custo estava sendo alto: a doutrina básica da essencialidade do Batismo para a Salvação (remissão de pecados). Uma outra incoerência também se dava no sentido de que os que clamavam por união com outros grupos estavam causando desunião dentro das Igrejas de Cristo; um outro custo muito alto.
(CONTINUA...)

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