terça-feira, 21 de agosto de 2007

Quem é meu irmão? - Introdução

CONTEXTO
O livro foi publicado em 1997, momento em que nos Estados Unidos da América, acontecia nas Igrejas de Cristo, aquilo que LaGard Smith chama de a revolução silenciosa. Tratava-se da abrupta maneira em que dentro do movimento, havia um clamor por união com pessoas de outros grupos religiosos. Mas essa união ocorria de uma maneira perigosa; a qualquer preço. Daí surge a relevância das questões para aquele momento e para o nosso também. Dois motivos me fazem acreditar nisso: o primeiro é que os acontecimentos de 2003 deixaram nossas convicções e de muitos de nossos irmãos abaladas. Portanto, esse livro pode nos ajudar a voltar ao básico e nos fazer pensar mais profundamente.

O segundo motivo é que, nós vivemos (por incrível que pareça), a geração menos conflitiva e mais consensual que já existiu. Hoje em dia, o que vale é fazer parte de um grupo; a globalização que pretendia unir, nos deixou mais solitários; como ilhas no oceano. A necessidade de nos identificarmos mesmo que custe o preço de nossas convicções é o preço que pagamos. Os jovens de hoje praticamente são neutros e não defendem alguma ideologia revolucionária; relativizam tudo e para eles não há verdades. E se, não tomamos cuidado, essa relatividade de valores e princípios espirituais vem para dentro da IGREJA.

Portanto, a oportunidade de adquirir novas convicções e reforçar outras está aí. E, que isso nos leve a ações práticas no relacionamento “uns com os outros” localmente e universalmente.
E a “DEUS seja dada a glória para sempre”.

QUEM É MEU IRMÃO?: ENCARANDO UMA CRISE DE IDENTIDADE E COMUNHÃO
Introdução

O autor inicia enfatizando o fato de que a pergunta sobre a COMUNHÃO é feita por outros grupos também. Pessoas de diversos grupos perguntam sobre quem é parte desse grupo e por que é. Não é de exclusividade do cristão. Ela está diretamente relacionada à questão de identidade. Se identificar com quem é igual a você traz segurança e é uma necessidade. Judeus, muçulmanos, também fazem isso.
Porém, muitas vezes a pergunta que se usa, não é “quem é meu irmão?”, mas “quem NÃO é meu irmão?”. A pergunta no sentido negativo exclui e, isso muitas vezes é guiado por um sentimento de sectarismo, dissensão e divisão. A pergunta na negativa é também uma pergunta precedida de medo. Medo de que o grupo que faz parte seja contaminado por idéias, valores e pessoas diferentes. Por exemplo: quando uma família tradicional se preocupa com quem vai se casar com a filha e quer saber se o noivo tem o mesmo nível econômico, preocupa-se com a manutenção do mesmo padrão de vida das gerações posteriores. Isso é buscar identidade e manter o padrão.

Segundo o autor, o modo como perguntamos revela nossos motivos com relação à questão da Comunhão. Apontar os erros de outros que são diferentes de nós, é uma maneira de nos fazermos aprovados. E assim, são colocadas barreiras para a Comunhão. Algumas delas que são as mais enfatizadas (as que o autor vai tratar no livro) são as doutrinárias.
Na verdade a pergunta deveria ser inclusiva, “Quem é salvo?” “Quem é um cristão?”. “Quem está dentro do Reino?”. E por que é salvo e está no Reino? E quem os escolheu como filhos pela Graça? Fomos nós ou DEUS? É, foi Deus. E se Deus os escolheu, quem somos nós para não aceitá-los como irmãos? Se nos colocamos em posição de que somos adotados, aceitados e justificados por Deus, nós entenderemos que não temos a prerrogativa de traçar limites de Comunhão entre aqueles que Deus também aceitou, adotou e justificou.

(CONTINUA...)

2 comentários:

Luciana disse...

Muito pertinente esse artigo na situação atual da nossa igreja. Ainda estamos arraigados com a "filosofia" antiga de não aceitação da diferença e isso é uma raiz profunda em nossa congregação, haja vista as frequentes discussões e tentativas de imposição de pontos de vista irrelevantes no contexto geral do cristianismo. Amir e André, fiquei feliz por encontrar vcs nesse blog, eu os conheci nas nossas antigas conferências. Sou de BH, meu nome é Luciana. Amir nós viajamos juntos para Washington,vc se lembra? Tenho muito carinho pela Raquel. Continuarei acompanhando as postagens,já coloquei o blog em ´meus favoritos´.

Cristianismo Unido disse...

Olá Luciana, obrigado pelo seu comentário em nosso blog... Realmente são assuntos fundamentais para nossa vida como cristãos...
André