terça-feira, 21 de agosto de 2007

Quem é meu irmão? - Cap. 5

PARTE 2
COMUNHÃO MULTIPLICADA POR 5


Nessa parte do livro, o autor propõe e sistematiza 5 níveis de Comunhão que o cristão deveria ter com os outros, analisando os seus limites e suas razões para tal.

Capítulo 5 - Comunhão Universal – A família da Humanidade
Comunhão universal é o tipo de Comunhão que devemos ter com as outras pessoas, independente de sua religião, credo, ou estilo de vida. Isso se dá pelo simples fato de que todos nós temos a mesma descendência natural: Adão. Um fato que comprova isso se dá quando acontecem as catástrofes e guerras ao redor do mundo. Nós nos compadecemos; alguns ajudam; alguns se manifestam contra a morte de inocentes em países distantes; pensamos sobre a fé dessas pessoas; se eram batizadas ou não. As barreiras criadas pelo homem são quebradas e nós nos envolvemos. Deus não criou o 1º, o 2º e o 3º mundos. Aos olhos de Deus nós somos sem cor, sem raça e sem classe social.
Outro aspecto levantado por LaGard Smith, diz respeito a uma pergunta clássica: “Quem é meu próximo?”. Mas em um mundo com mais de 6 bilhões de pessoas, a pergunta deveria ser: “Quem NÃO é meu próximo?”. Quando Caim matou seu irmão Abel, Deus perguntou onde estava seu irmão de sangue (vindo da mesma raiz: Adão). Ele respondeu com uma pergunta: “Não sei, sou eu responsável por meu irmão?” (Gênesis 4. 9) (NVI). Ele estava se referindo a seu irmão de sangue, nascido do mesmo pai e mãe, mas o sentido disso que aconteceu na Queda da Criação, diz respeito ao que acontece hoje. Todos nós temos responsabilidade uns pelos outros como seres humanos, porque viemos da mesma descendência: Adão.
A nossa idéia de irmandade que diz respeito ao relacionamento dentro da Igreja, tem nos impedido de estabelecer um relacionamento como deveríamos ter com a humanidade. Jesus disse: Se vocês saudarem somente os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais?” (Mateus 5.47) (NVI). Jesus não somente ensinou, mas estabeleceu relacionamento com outras pessoas: cobradores de impostos, prostitutas, beberrões, etc. Jesus se compadeceu com a dor da viúva de Naim. Estabeleceu também que o padrão de julgamento Final vai ser baseado (além de outras coisas) no nosso amor pelos outros (Mateus 25. 31-46).
Mas surge o seguinte questionamento exposto por Paulo em 2 Coríntios 6.15b: “Que há de comum entre o crente e o descrente?”. Em termos doutrinários, morais e em compromisso espiritual, a resposta é: NADA. “Não se ponham em jugo desigual com os descrentes” (Vs. 14). Mas se compromisso com o outro não é o ponto - como a Comunhão Cristã e o casamento – nós temos tudo em comum com os descrentes. Viemos da mesma descendência; a mesma chuva que cai para nós cai para eles.
Também, algumas vezes esquecemos da primeira parte de Gálatas 6.10 e só lembramos de fazer o bem aos da família de Deus. “Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé”. (Gálatas 6. 10) (NVI). E isso inclui a todos; independente das ações, da vida pessoal e do mal que já tenha causado a outras pessoas.
Isso também não quer dizer que não há limites. Não precisamos sair convidando todos na rua para ir a nossa casa. Isso também não quer dizer que não devemos afastar do convívio social, alguém que desrespeitou as leis e, prejudicou, feriu e matou outros. Se a Bíblia diz que devemos visitá-los na prisão, quer dizer que alguns devem ser mandados para lá.
Nós temos a tendência de pensar unidimensionalmente com relação à Comunhão; se a pessoa é um cristão batizado e concorda comigo em tudo sobre doutrina, aí eu tenho Comunhão; do contrário, não. Mas na prática diária não é assim; quantas reuniões de condomínio participamos? Quantos almoços de negócio? Quantos jogos esportivos que assistimos juntos com pessoas? Independentemente se xingam, se são divorciados após adultério e etc. Isso é Comunhão com essas pessoas por serem pessoas e, não por que são iguais a nós como cristãos.
A Comunhão Universal é também uma oportunidade de levar uma pessoa a Deus. Se tivermos o propósito certo tentaremos fazer isso. Algumas vezes nós agimos com múltiplas personalidades; na Igreja uma coisa, no mundo outra coisa. Ás vezes (e mais ultimamente) fica expressa nossa preferência em ter convívio com descrentes do que com os cristãos. Isso porque discutimos com nossos irmãos sobre questões estranhas (geralmente doutrinárias). Outro motivo é que nosso convívio com nossos amigos do mundo é mais confortável, pois se não quisermos, não falamos sobre a Bíblia, sobre nossas dificuldades e erros. Isso se torna uma barreira para o evangelismo. Nosso conforto emocional e a possibilidade de perder o convívio com esses amigos nos enchem de medo. Jesus andou com pecadores, mas não se esqueceu de suas necessidades espirituais. “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim chamar justos, mas pecadores.” (Marcos 2.17) (NVI).
Um outro problema diz respeito à maneira como muitas vezes nós desprezamos o poder da fé das pessoas em suas vidas. Uma pessoa pode ser um crente não batizado e ainda assim viver de maneira correta; de acordo com sua fé. O grande exemplo é Cornélio, que junto com sua família buscava a Deus, era piedoso e “suas orações e esmolas subiram como oferta memorial diante de Deus”. Há pessoas que buscam a Deus em outras religiões. Buscar não significa estar salvo, mas Salvação vem de se buscar; uma coisa de cada vez; primeiro as primeiras coisas.
Um último motivo que confirma que nós devemos ter esse tipo de Comunhão Universal se dá pelos valores morais e universais existentes nos homens. Todos têm esse senso moral eterno e absoluto. Eclesiastes diz que “Deus colocou no homem o anseio pela eternidade” (Eclesiastes 3.11) (NVI).
(CONTINUA...)

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