terça-feira, 21 de agosto de 2007

Quem é meu irmão? - Cap. 6

Capítulo 6 - Comunhão de mesma Fé - “Como família”

Esse tipo de Comunhão refere-se ao relacionamento mais estreito que podemos ter com pessoas que crêem em Jesus, mesmo sem serem biblicamente batizadas (e não serem da família). Também trata da maneira como podemos aprender de sua fé e honrá-la. Mais que uma pessoa que não crê em Deus, ou que tem Buda ou Maomé como senhor, essa pessoa apresenta mais identificação conosco. Apesar de não ser da família, é “como família”.
É preciso honrar a fé dessas pessoas, pois em muitos aspectos podemos aprender com seu fervor, com sua adoração, com seu compromisso, etc. Na verdade, a vida pessoal de alguns desses é mais correta do que de alguns de nossos irmãos nascidos biblicamente e que receberam o dom do Espírito Santo. Mas esse fato, não muda o status de nosso relacionamento com eles, ou seja, torná-los família enquanto não são. Um bom exemplo na vida cotidiana se dá com aquelas pessoas que possuem amigos que, ao se tornarem tão próximos, passamos a considerá-las como família, mas não são. Deveríamos então tratar e respeitar essas pessoas, mas com a consciência de que há algo que as impede de se tornarem família de fato: seu nascimento espiritual bíblico que é insuficiente ou errado.
O que significa tratar essas pessoas “como família”? Para o autor é antes de tudo respeitar sua fé. Uma passagem que tem sido usada de maneira não apropriada para legitimar a união com pessoas que somente crêem em Cristo, se estudada de maneira correta descreve muito bem com deveríamos proceder.
“‘Mestre’ disse João, ‘vimos um homem expulsando demônios em teu nome e procuramos impedi-lo, porque ele não era um dos nossos’. ‘Não o impeçam’, disse Jesus. ‘Ninguém que faça um milagre em meu nome, pode falar mal de mim logo em seguida, pois quem não é contra nós está a nosso favor. Eu lhes digo a verdade: Quem lhes der um copo de água em meu nome, por vocês pertencerem a Cristo, de modo nenhum perderá sua recompensa’”. Marcos 9. 38-41 (NVI).
A razão da ação de João era porque “ele não era um dos nossos”. Para seu espanto Jesus disse “não o impeçam”, porque “não falará mal de Jesus” e é “a nosso favor”. Notem que Ele não disse “ele é um dos nossos”. Notem também que no final do trecho Jesus fala sobre pessoas; que se dessem “água a eles por pertencerem a Jesus”, receberiam recompensa. Quem eram os que pertenciam a Jesus nessa passagem? João e os outros apóstolos, não a pessoa que daria água a eles. Portanto, Jesus colocou as coisas no lugar certo; uma pessoa pode não ser da família, mas merece respeito e não deve ser impedida ou criticada por fazer coisas corretas por sua fé em Jesus; eles não são nossos inimigos. Também esses atos não os colocam na condição de ser “dos nossos”; ser um cristão, um salvo. Jesus disse que essas pessoas não devem ser evangelizadas e, ensinadas melhor sobre sua fé em Cristo? Não. Devemos desprezar sua vida espiritual? Não. Mas disse que devemos ter um tipo especial de relacionamento com elas por honrarem a Jesus no que fazem. Não devemos ter Comunhão Cristã com suas especificidades; mas Comunhão pela mesma fé, honrando pelo que merecem. “Nossa honra a eles é parte da recompensa que Jesus diz que eles não perderão” (SMITH, 1997, p. 108), citado na passagem acima.
Outro benefício da Comunhão da mesma fé é com relação aos materiais publicados que ajudam nossa fé; as canções e a possibilidade política de que governantes que crêem em Cristo seja mais democráticos. Salomão orou na dedicação ao Templo (2 Crônicas 6.32-33) por pessoas estrangeiras que não pertenciam a Israel, que quando orassem, que Deus respondesse as suas orações, “para que todo os povos conheçam o teu nome e te temam”. Será que só oramos pedindo a misericórdia de Deus por essas pessoas? Não deveríamos orar também agradecendo pelas bênçãos que a humanidade recebeu por causa de pessoas que ajudaram outras por meio de sua fé em Cristo? Como o mundo seria melhor se todos cressem em Cristo, independente de serem batizados ou não.
Por fim, fala-se aqui de ter um espírito que não é motivado por inveja e orgulho, mas de reconhecimento que precisamos aprender dessas pessoas e, também temos muito a ensiná-las.
(CONTINUA...)

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