terça-feira, 21 de agosto de 2007

Quem é meu irmão? - Cap. 10

PARTE 3
REPENSANDO SOBRE AS “VACAS SAGRADAS”

Capítulo 10 – A disciplina amorosa do afastamento de membros

Vivemos numa sociedade que também é caracterizada pelo individualismo e, onde a privacidade é um bem sagrado. Na Igreja, pelo contrário, saber de sua vida é importante para as pessoas e, se ela não vai bem, a congregação assume a responsabilidade de ajudar.
O autor começa contando um caso de uma Igreja de Cristo que foi processada em 1984, por afastar uma mulher divorciada e mãe de quatro filhos, que havia se envolvido sexualmente com um homem. Todas as tentativas bíblicas foram feitas até a comunicação à Igreja. Antes de ser afastada a mulher pediu afastamento e processou os presbíteros por invasão de privacidade e por terem causado stress emocional. Aconteceu que por causa disso, algumas congregações começaram a sacrificar ou abrandar a disciplina na Igreja. O autor lida de maneira a reafirmar a necessidade dessa prática bíblica nos casos em que há necessidade.
Alguns pontos são enfatizados:
1) O objetivo da disciplina é fazer com que a pessoa caia em si e retorne à fidelidade à Deus.
2) A disciplina é limitada à congregação local. Igrejas podem avisar sobre o que fizeram com a pessoa para que não tente voltar em outro lugar, mas quem tem autoridade para afastar é a congregação onde o afastado fazia parte.
3) Na prática significa quebrar o relacionamento koinonia. Não é a toa que Paulo fala em 1 Coríntios 5. 11 para nem comer com essas pessoas.
4) É a Igreja que se afasta da pessoa. Se a pessoa quiser se aproximar das pessoas, ela pode; da mesma maneira que pode participar dos cultos (sendo tratada como pagão). Afastamento é diferente de excomunhão que significa proibição de participar dos sacramentos (a missa no catolicismo).
5) Nem todos os pecados afetam a congregação da mesma forma. Logo nem todos serão levados a público. Isso vai depender de dois fatores: do tipo de pecado e da maneira como afeta a congregação. Os pecados que garantem disciplina nas Escrituras são: a) quando um irmão ou irmã se recusa a ouvir a Igreja em um conflito entre membros (Mateus 18.15-17); b) quando imoralidade torna-se pública para congregação (1 Coríntios 5. 1-13); c) quando alguém causa divisão (Tito 3.10) e; d) quem vive ociosamente, contradizendo os ensinamentos dos apóstolos (2 Tessalonicenses 3. 6). Todos esses pecados afetam a congregação e o indivíduo. Nem todos os pecados afetam a congregação, senão todos nós precisaríamos ser afastados.
6) Além de ter como objetivo a reabilitação espiritual do(s) que pecou(aram), a disciplina também visa a proteção dos padrões morais da Igreja. Paulo falou em 1 Coríntios 5.6 que “um pouco de fermento faz toda a massa ficar fermentada”. Pecado que não é lidado pode influenciar os indivíduos da Igreja e, conseqüentemente todo o corpo.
7) A disciplina deve ser efetuada como ensinada por Jesus em Mateus 18. 15-17. Isso evita especulação, fofoca e as decisões são tomadas com paciência e calma.
8) No penúltimo passo da disciplina, “conte à Igreja”, é à Igreja (ou parte dela) que se deve contar e não a algum grupo de liderança. Tem de ser algo público, a Igreja deve estar ciente e por ela própria tomar o passo seguinte de afastar o membro.
9) Para a disciplina na Igreja não há “dois pesos, duas medidas”. Presbíteros, filhos de famílias influentes e etc também devem ser disciplinados se for preciso. A Igreja local tem a autoridade de escolher seus líderes e de repreendê-los quando necessário (1 Timóteo 5. 17-20).
10) A Igreja edificada, em que os membros não toleram pecado, vai sentir-se encorajada para executar a disciplina. Se os membros estiverem em pecado vão ficar com vergonha de desafiar uns aos outros.
(CONTINUA...)

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